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A captação de recursos na era digital: transformações e desafios.

A captação de recursos na era digital: transformações e desafios.
Tatyanna Moraes
jan. 10 - 6 min de leitura
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Os conceitos de transformação digital e investimentos sociais podem soar um tanto abstratos e distantes para alguns, mas nunca estiveram tão presentes como neste ano de 2020.  O surgimento da pandemia da COVID-19 exigiu mudanças importantes em todas as esferas da vida e a necessidade de distanciamento social evidenciou a importância das conexões digitais no mundo.

O Terceiro Setor é uma das áreas que sofreram grande impacto com essa transformação digital: conectar doadores a quem precisa de ajuda se mostrou essencial no momento delicado pelo qual estamos atravessando. A palavra chave do ano foi solidariedade, com a iniciativa privada e pessoas físicas unindo forças para fazer o bem. Nesse sentido, a transformação digital se mostrou fundamental em todos os processos que envolvem a captação de recursos, principalmente no que tange à globalização e rapidez na transmissão de informações. Doar ficou mais fácil e rápido, assim como acompanhar o destino e os resultados da sua doação também.

Tradicionalmente, o Brasil é um país em desenvolvimento em termos de cultura de doação: seja pela grande desigualdade social presente ou pela falta de confiança em relação às organizações do Terceiro Setor, o fato é que ainda temos um longo caminho pela frente. Se a popularização da internet facilitou os processos envolvidos na doação, também trouxe outros desafios a serem superados – a própria velocidade quase que instantânea de informações é um deles. Ao mesmo tempo que facilita a comunicação e transpõe barreiras geográficas, o mar de informações disponível a qualquer hora na palma da mão torna as interações superficiais, afinal o próximo conteúdo já está ali, esperando pela sua atenção. É preciso criar um relacionamento com o doador.

 A transformação digital também tem papel importante nos processos internos das instituições. A realidade é que muitas organizações do terceiro setor ainda se perdem em métodos tradicionais em seus processos: se perdem em papéis, planilhas, extratos e fichas de doadores, documentos que contém dados valiosos em termos de transparência e planejamento estratégico. Modernizar o funcionamento e o gerenciamento de dados otimiza o trabalho e os gestores têm um panorama fidedigno da organização. É preciso organizar e integrar dados e processos.

E a transformação digital não se limita apenas aos aspectos físicos das organizações; não se trata apenas de implementar softwares e tecnologias para facilitar o dia a dia no Terceiro Setor. O capital humano tem relação direta nesta transformação, afinal, ele é o elemento central em qualquer área dentro do Terceiro Setor: fazemos o que fazemos pelo e para o ser humano. Pouco adianta muita tecnologia e pouca disposição ou interesse em utilizá-la, por isso é necessário um trabalho de persuasão sobre as vantagens da transformação digital entre os colaboradores. É preciso aceitação e implementação das mudanças.

Empresas parceiras

O Terceiro Setor por si só já tem sua especificidade. Como o processo de transformação digital é muito amplo e abrangente e cada organização possui particularidades na sua atuação, existe uma gama de parceiros que podem auxiliar no desenvolvimento digital de uma organização do Terceiro Setor. Principalmente nas áreas de:

  • Comunicação: interna e externa, aqui principalmente na captação de recursos e transparência: empresas especializadas no setor sabem como atingir e fidelizar o doador da sua causa, mantendo uma relação íntegra e ética entre este doador e organização. A transparência é um dos principais indicativos de confiabilidade de uma instituição do setor, e é um quesito que demanda cuidado e investimentos. Em termos práticos, uma empresa especializada em comunicação para o Terceiro Setor pode, por exemplo, atuar no desenvolvimento de uma identidade visual da organização, nas estratégias de marketing para atingir seu doador, organizações de eventos, canais de contato e de divulgação de resultados e obtenção de certificações de transparência.
  • Planejamento estratégico: o planejamento estratégico pode e deve ser aplicado às organizações do Terceiro Setor. Trata-se da organização de ideias e decisões que afetam diretamente o futuro da instituição e a forma como a organização se relaciona com o meio. Uma das funções do planejamento estratégico é definir metas e objetivos a serem atingidos, direcionando a atuação organizacional. No Terceiro Setor, um planejamento estratégico bem realizado é especialmente importante para otimizar os recursos da organização, evitando desperdícios tanto de recursos físicos como humanos. Uma assessoria em planejamento estratégico auxilia a identificar pontos críticos nos processos, necessidade de melhorias e também avaliar se a estratégia está sendo eficiente.
  • Gestão de pessoas: os colaboradores que atuam no Terceiro
    Setor são submetidos às mesmas regras das organizações privadas no que se refere ao processo de seleção e contratação. A diferença mais perceptível se dá na questão do propósito envolvido no Terceiro Setor, no qual geralmente os colaboradores têm um perfil diferenciado, com convicções e uma busca por realização pessoal. Normalmente são colaboradores e voluntários que se envolvem e se engajam na causa da organização e essa peculiaridade deve ser considerada no processo de desenvolvimento e aprendizagem de todos. A gestão de pessoas tem fundamental importância no processo de transformação digital, pois percebe e identifica o perfil de cada colaborador, definindo qual a melhor estratégia para adaptação e desenvolvimento diante da nova realidade.

            O Terceiro Setor é um mundo novo com muito a ser descoberto e desenvolvido, e principalmente, desmistificado. Neste caminho, o processo de transformação digital surge como uma força impulsionadora e motivadora, que traz renovação e confiabilidade às instituições. Mesmo que surjam resistências iniciais, vale a pena investir e insistir nas novas tecnologias e soluções, sempre adequando à realidade da organização e dos colaboradores.

         Tatyanna Braga de Moraes

         Fundadora da Curadoria Mundo Melhor

https://www.curadoriamundomelhor.com/


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