Qatar: o novo Vale do Silício.
Uma nova geração de empresas tech, empreendedorismo inovador e startups vem tomando conta do Qatar. Mais do que a próxima sede da Copa do Mundo, o país quer mostrar que não é apenas um infinito de areia com uma economia dependente do petróleo. Apesar de o setor petrolífero compreender mais de 70% do rendimento total do governo e mais de 60% do produto interno bruto, o país já percebeu que o petróleo não vai durar para sempre (ou pelo menos não será economicamente rentável o suficiente). E está buscando um novo combustível para acelerar o país: educação.
Segundo a Harvard Business Review, com o intuito de desenvolver tecnologia e inovação, a Qatar Foundation (QF), uma organização sem fins lucrativos, vem levando educação e pesquisa como as novas fontes da economia do país. O Qatar montou seu próprio parque tecnológico, o Qatar Science & Technology Park (QSTP), e já hospeda companhias internacionais como Microsoft, Shell e Siemens.
Esse hub criado não beneficia apenas grandes empresas, mas essencialmente cria um ecossistema de inovação, estudo e empreendedorismo para atrair milhares de jovens para o país. No parque tecnológico há, literalmente, uma Education City, com nove universidades renomadas e três institutos de pesquisa. Através do apoio da Qatar Foundation, o país em cinco anos já fundou aproximadamente 500 startups, além de promover treinamentos e mentorias.
Outras organizações já repararam no potencial do Qatar e entraram no jogo. Entre elas está a European Innovation Academy (EIA) – líder em programas de empreendedorismo para estudantes universitários e jovens empreendedores no mundo. Em parceria com o QSTP, a EIA formou a Arab Innovation Academy, na qual tive o prazer de ser um dos chief mentors pelo segundo ano seguido.
Mais do que fazer, o Qatar está ensinando como fazer. Nada disso é forçado, mas sim incentivado. E se há a oportunidade de inovar, por que não a aproveitar?
O Qatar pode ainda não ter uma sede da Google ou robôs que entregam pizzas em dormitórios, mas possui algo essencial: diversidade. Um dos goals que o país busca é trazer jovens inovadores e criativos, acolhe estudantes de mais de 100 nacionalidades e com isso permite a troca de experiências, ideias e histórias, criando vantagens inegáveis par ao futuro.
Mais do que uma comparação com o Vale do Silício, o Qatar está revolucionando a economia de um país. Agora, em vez de bancos, empresas de gás ou plataformas de petróleo, o mundo pode adquirir conhecimento, inovação e empreendedorismo do país que vai estar na boca do povo, em 2022.